sábado, 19 de junho de 2010

Resenha crítica do texto ”Um documentarista se dirige a cientistas”

A intenção de Salles é justamente em mostrar que desde os primórdios, a arte ocupa o primeiro lugar na relação acadêmica do homem, e reafirma quando diz que as ciências exatas jamais passaram do posto de uma matéria secundária. Enquanto o homem vive se alimenta do estudo da arte, as “matemáticas exatas” já não fazem tanta diferença.
E ao analisar essa contraposição de ambos os lados, o autor mostra os estudos do escritor C.P. Snow, que revela a vida ocidental dividida em duas bandas. Uma se trata dos artistas, que ocupavam seu tempo na reflexão sobre a condição da vida humana e seus artefatos, quando a outra banda, era composto por cientistas, que destinavam seus estudos para o mundo natural, (decifrando segredos, curando dores). Relevando que esses últimos sempre alcançavam a marca de chegada, e por isto não viam a necessidade de criar laços com a outra metade. Como se a ciência fosse isolada da arte, ou a arte uma coisa a parte da ciência. Esse ponto talvez seja conseqüência da educação explorar mais intensamente as ciências humanas e artísticas, nas academias, e por lado, de os cientistas fazerem questão de manter-se afastados das artes. O fato é que a arte e a ciência se convergem. A escritora Lucia Santaella é feliz quando na sua obra “Por que as comunicações e as artes estão se convergindo” diz: “Convergir não significa identificar-se. Significa isto sim, tomar rumos que, não obstante as diferenças dirijam-se para a ocupação de territórios comuns, nos quais as diferenças se roçam sem perder seus contornos próprios”. É como se a arte fossem as perguntas e a ciência as respostas.
O texto de Salles evidência a relação de competitividade entre profissionais da arte e da ciência. De fato, o número de pessoas ligadas às atividades artísticas, é superior ao campo de profissionais que trabalham com as ciências exatas. E então é questionado o porquê de ensinar música, instrumentos, poesias, dança e teatro aos jovens, quando se pode levá-los a um laboratório, ou a constituir uma pesquisa científica sobre genética. É quando descobrem que não há arte sem ciência e nem tão pouco ciência sem doses de arte.
Mergulhando no texto de João Moreira Salles, penso como seria mais proveitoso se ao invés de aulas de álgebra ou logaritmos, eu tivesse tido aula de culinária ou pintura. Certamente, eu lembraria de receitas deliciosas e desenhos expressivos, o qual eu pudesse pintar ou recriar, mas jamais esquecer. Já os cálculos dados nas aulas de química, matemática, física e biologia, se perderam no caminho, deles nem ouço falar.

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